* Eólica: a energia mais barata

Segundo o Presidente do Worldwatch Institute, Christopher Flavin a situação da energia eólica actual regista um crescimento sustentado de cerca de 30% (comparado com os 20% do solar) anualmente e com o avanço do mercado, os preços diminuirão, trazendo o preço da electricidade para valores altamente competitivos.
No discurso que apresentou na Conferência anual da NESEA (Northeast Sustainable Energy Association), Christopher Falavin acentuou o facto de que o futuro nos reserva uma forma de energia limpa, barata e diversificada. Cerca de 3/4 dos 31 GW de capacidade eólica instalada actualmente no mundo surgiram nos últimos 5 anos, o que leva a considerar que a energia eólica está na liderança do mercado das energias renováveis e tornar-se-á num segmento de produção de energia extremamente importante no futuro.
A "economia do petróleo" levanta óbvias questões, designadamente a poluição que origina, os problemas geopolíticos criados pelas fontes de combustíveis fósseis e ainda pelo facto de se colocar em perigo a estabilidade nacional, quanto a maior parte da energia consumida provém da utilização de combustíveis importados. “Cerca de 2/3 do petróleo mundial vem do Médio Oriente”, afirmou Falvin e “se continuarmos a stressar a nossa dependência, tenderemos a ficar extremamente dependentes da zona do mundo que oferece menos fiabilidade”.
“O nosso uso desproporcionado dos recursos está a criar conflitos à volta mundo” já que a “procura dos EUA é actualmente superior à soma da do Brasil e da India”. Estamos a falar de cerca de 4% da população mundial a consumir mais que outros 20%. Enquanto se espera que as economias emergentes da China e da India alterem os seus padrões e escalas de consumo, “os EUA conseguiram aumentar a sua parte de consumo de petróleo a nível mundial”, dando claramente o exemplo contrário.
“O desenvolvimento das energias renváveis sob o governo do Presidente Bush não tem grandes hipóteses”, já que a “ideia de diversidade energética da actual presidência é que o Presidente dos EUA pertence a uma companhia de petróleo e o Vice Presidente a outra”.
“A energia eólica na Europa tem registado enorme sucesso e não encontra ainda paralelo nos EUA”, já que o “foco no mercado absoluto não espelha o crescimento industrial”.
A energia eólica levou as renováveis à competição directa com os combustíveis fósseis, quando se desenvolveram as técnicas necessárias à instalação de turbinas e quintas em larga escala. O que no entanto é ainda mais atractivo é a fiabilidade do preço desta energia face à instabilidade da dos combustíveis fósseis”.
“75% da capacidade instalada está na Europa, o que não quer dizer que os recursos eólicos europeus sejam superiores aos dos EUA”, o que aconteceu foi a adopção por parte de alguns governos europeus de políticas fortemente a favor do desenvolvimento da energia eólica que incentivou o mercado. “A Dinamarca e a Espanha são exemplos de atitudes e políticas adequadas que levaram aos desenvolvimento do mercado eólico”; enquanto a Dinamarca focou-se na protecção do ambiente, a Espanha interessou-se mais pelo desenvolvimento industrial, criação de empregos e desenvolvimento económico, tornando-se em importantes exportadores.
“Os estados da União americana querem desesperadamente revitalizar as suas economias e a resposta está no desenvolvimento das renováveis a nível estadual”. “Espera-se assim que a política apoie o desnvolvimento da produção de energia eólica pois em termos tecnológicos, as questões estão há muito resolvidas, “pois só com um momento político conseguiremos passar a fase inicial”.
Que estas opiniões sirvam de exemplo aos políticos e decisores nacionais, para apoiarem o desenvolvimento regional dos parques eólicos permitindo às regiões desenvolverem-se criando postos de trabalho e valor acrescentado para o País.

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